domingo, 18 de dezembro de 2011

Blogagem Coletiva: Meus 7 links


Essa semana, depois de séculos sem dar a atenção devida para o meu blog. Eu vi que eu havia recebido um desafio da Carla do blog (maravilhoso por sinal) Eu acredito em cosméticos! O desafio chama-se Blogagem Coletiva “Meus 7 Links", e tem como objetivo unir os blogueiros de várias áreas diferentes, criando um post nos quais eles falam de 7 links de seus blogs.

Eu sou meio verde nesse negócio de blog... a ficha custou a cair (até eu entender como realmente funcionava a coisa), mas resolvi aceitar o desafio e entrar na brincadeira!

Vamos lá então:

1. Seu post mais Bonito – Como a minha linguagem é científica e muitas vezes crítica, é difícil achar um post “bonito”, mas pra mim o mais fofo é o 20 de Janeiro – O dia doFarmacêutico. Esse post foi dedicado a minha profissão, logicamente, e a Carlos Drummond de Andrade, que eu fiquei feliz em saber que também era farmacêutico... pelo menos na formação!

2. Seu post mais Popular – Ah! Esse é o post chamado Carbocisteína e Ácido Glioxílico. TODO mundo quer saber desse tipo de escova progressiva. É o post mais visualizado e mais comentado disparado!
 
3. Seu post que gerou mais discussão/controvérsia – Nossa.... esse com certeza foi o post Nãodesrespeite a química farmacêutica. Cara... Esse gerou muita discussão! Inclusive a Priscila (do blog Sacola Phyna) colocou um link do meu post no blog dela e até lá a discussão foi braba! Mesmo com as minhas explicações farmacêuticas, teve muita gente que eu não consegui convencer que é perigoso usar aspirina no rosto como máscara de esfoliação! Esse post inclusive acabou resultando em uma entrevista minha para o Vida e Saúde (da RBS – afiliada da Globo aqui no RS).

4. O post que ajudou/ajuda mais gente – Além do post (já citado - Carbocisteína e Ácido Glioxílico) acho que tem três empatados: pH... einh?, Mas para que serve isso? e Cellophane para os cabelos! Amo! Esses três acho que esclareceram algumas coisas interessantes para muitas pessoas!
5. O post que o sucesso te surpreendeu – O que mais me surpreendeu foi o post Perfumes, no qual eu falo um pouco sobre como são estruturados e quais os tipos de perfumes. Me surpreendeu porque até hoje é um dos mais visitados. Nunca imaginei!

6. O post que não recebeu a atenção que deveria – Olha... não sei se é porque é recente ainda ou se é porque não chamou atenção mesmo, mas o post que não recebeu a atenção que eu esperava foi o Perda de cabelo – Calvicie – Alopecia. Achei que seria mais procurado.

7. O post que você tem mais orgulho – Ah... todos! Mas acho que principalmente daqueles que eu defendo o meu lado né (como farmacêutica)?! Como nos posts: Não desrespeite aquímica farmacêutica, Testes em animais: a polêmica, Indústria não é chacrinha!

Bom... indicado os 7 posts, vem agora o mais difícil: escolher sete blogs de segmentos diferentes para participar. Pra mim é muito difícil porque eu conheço poucos blogs... talvez eu falhe um pouco e acabe indicando segmentos iguais ou semelhantes, mas ai vão eles (me perdoem quem não gostar da indicação):



sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Nanoargan! Eu quero!

Gente, que eu sou fã dos produtos da Inventiva, não é novidade nenhuma! Mas vocês viram a novidade que elas lançaram???
Elas tem agora o óleo de Argan nanoencapsulado!!!! Siiiiiiiiiiiiiiim!!!! Um sonho!!! Esse óleo é mega espetacular para dar brilho e maciez pro cabelo!!! #tudodebom

Da uma olhada ai nas novidades!



Eu quero muito provar, ainda mais depois dos resultados que eu vi (clique AQUI)! Adeus frizz!!! =D

Vou ver se descolo uma amostra e se descubro quais os estabelecimentos que já estão trabalhando com essas coisinhas gostosas para colocar aqui no blog pra vocês!
Aguardem!!!

Quem quiser ir acompanhando as novidades da Inventiva também pode curtir elas no facebook - INVENTIVA.

bj

De

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Perda de cabelo – Calvície – Alopecia



Aí está um assunto que assusta tanto homens quanto mulheres! Embora a calvície acometa mais os homens, quando ela se manifesta em mulheres é o caos!



Mas como saber se o que eu estou perdendo de cabelos é normal ou não?!?

1º - Perder até 100 fios por dia é normal (para quem lava os cabelos diariamente, quem fica mais de um dia sem lavar pode perder ainda mais)!

2º - Você pode fazer o teste da puxadinha! Pegue aproximadamente 50 fios de cabelos e fixe eles entre o dedão e os dedos indicador e médio. Faça uma leve tração da cabeça até a ponta da haste! Se você ficar com menos de 6 fios nas mãos é normal! Mais do que isso – Fique esperto! Obs.: esse teste só pode ser feito se você lavou seus cabelos nas últimas 24h!!!!



3º - Você ainda pode fazer o teste do puxão! Pegue alguns fios com as duas mãos na parte mediana da sua haste (mantenha as mão separadas como na foto). De um puxão (uma mão para cada lado)! Se o seu cabelo estiver frágil ou muito danificado algumas hastes irão quebrar! Se isso acontecer pode ser até sinal de excesso de química amiga!!!



Uma perda de cabelos pronunciada pode ter diversas causas, e é exatamente por isso que é tão difícil de tratar. A causa pode ser genética, emocional, fisiológica ou até mesmo por usar coisas indevidas ou de forma incorreta nos cabelos!
Eu vou tentar falar de uma forma resumida e o mais abrangente possível nesse post pra não ficar muito extenso, porque (acreditem!) desse assunto se faz um mestrado e um doutorado!

A calvície, chamada de alopecia, pode ser dividida da seguinte forma:
  • Cicatricial: fio capilar não cresce devido à destruição do folículo capilar (por causa de alguma doença inflamatória/autoimune, infecções, processos neoplásicos ou agentes físicos, como queimaduras);
  • Não cicatriciais por perda do fio “pela raiz”: ou seja, perde-se “o fio todo”, desde a raiz! Nessa classificação entra a alopecia androgênica, o eflúvio telógeno e a alopecia areata;
  • Não cicatriciais por quebra da haste: ou seja, perde-se o fio porque ele quebra em algum ponto da haste, mas um pedacinho (com a raiz) ainda fica preso na cabeça. Nessa classificação entra Tinea capitis (infecção fúngica), Tricotilomania e eflúvio anágeno.

Vocês perceberam que eu usei os termos fase anágena, e fase telógena? Então... O que quer dizer isso? Esses são dois momentos do ciclo capilar! Esse ciclo está constantemente renovando nossos cabelos e qualquer interferência nele leva a perda de cabelos! Vamos às fases desse ciclo:



Fase anágena: Fase de crescimento da haste capilar. As células aqui estão se multiplicando e fazendo o cabelo crescer! Pode durar até 6 anos essa fase!

Fase catágena: O cabelo para de crescer e as células desse folículo “são mortas” pelo nosso organismo para que um novo fio possa vir!

Fase telógena: é chamada de fase de descanso. Nada acontece, o organismo fica “descansando”, antes de iniciar um novo ciclo de crescimento. Nesse momento aquele fio “morto” ainda está preso à cabeça, mas se tracionado (puxado) ela sai facilmente (sem provocar dor). Quando esse fio sai ele tem uma bolinha branca na ponta (bulbo capilar “morto”).
Aqui existe um mito! As pessoas acham que arrancaram a “raiz”! Não é nada disso, um fio em fase anágena, por exemplo, jamais conseguirá ser arrancado! Quando a gente puxa os fios em fase anágena eles arrebentam na haste (e geralmente esses doem)!

Mas passemos agora para os principais tipos de alopecia que eu citei lá em cima!

Alopecia androgênica
Essa é o terror dos homens! Quem provoca ela é um hormônio chamado di-hidrotestosterona. Esse hormônio se liga em receptores dentro das células do folículo capilar e desencadeia uma resposta para que o fio tenha a fase anágena (aquela de crescimento) cada vez mais curta! Ou seja, o fio cresce cada vez menos, fica cada vez mais fino e cada vez com menos cor! Exato! O careca não perde o fio, mas ele é tão curto que às vezes não “rompe” a pele! E quando sai é tão pequeno, fino e sem cor que mal da para ver!
Essa alopecia tem um padrão bem determinado (olha a foto), então é fácil de identificar, pois os portadores só perdem cabelos na região frontal, parietal e vertex!



Eflúvio telógeno
Essa alopecia ocorre quando muitos fios passam rapidamente (antes do tempo) da fase anágena para a telógena. É caracterizada por uma queda excessiva de cabelos por toda a cabeça (e não em uma região específica).
Geralmente isso ocorre com uma causa específica, por exemplo: estresse físico (doenças, cirurgias), febres muito altas e persistentes, estresse psicológico e até mesmo o parto! Sim, acredite! Durante a gravidez, devido aos hormônios, as mulheres produzem mais cabelos que o normal! Após o parto, com a queda desses hormônios, elas passam por um quadro de eflúvio telógeno!

Alopecia areata
Essa é complicada! É um tipo de doença autoimune! É como se as nossas células não reconhecessem os folículos capilares e “destruíssem” ele. Ela não tem um padrão, mas é caracterizada por focos bem delimitados de perda capilar.

Tricotilomania
Essa é uma condição psicológica, na qual a pessoa tem a mania de arrancar os próprios cabelos! Geralmente quem sofre dessa doença não percebe que progressivamente vai ficando careca. Na realidade não há problema nenhum com os cabelos, é apenas uma condição psicológica.

Eflúvio anágeno
Nessa alopecia ocorre uma perda pronunciada de fios durante a fase anágena. Essa condição é a que ocorre em pessoas em quimioterapia. Os medicamentos quimioterápicos provocam a quebra da haste do cabelo na parte que fica pra dentro da cabeça. Não há morte, não há modificação estrutural do fio, ele apenas quebra antes de aparecer na superfície da cabeça. Com o fim da quimioterapia esse efeito colateral cessa.

E ai, ficou alguma dúvida? Querem saber mais a fundo sobre alguma dessas alopecias em especial?

Bj

Denise


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Cosméticos para a casa!

Deixando um pouco e lado os tradicionai "cosméticos corporais e capilares", eu resolvi falar hoje dos "cosméticos para casa" que eu amo de paixão: os Cheiros da Casa
Eu compro eles aqui no RS, é uma linha de aromas simplesmente MARAVILHOSA! Eu conheço todos, e amo cada um! A combinação de essências é perfeita, sem ser forte e enjoativa, e que mesmo assim FICA por um bom tempo no ambiente!
Essa semana eu estive na Distribuidora Casagrande e pude conferir a linha toda junta e completa! =)
Cheirei um por um e elegi os meus favoritos: Pitanga, Buriti e Orquídea com jasmim! Mas logicamente que TODOS são bons! A única coisa que eu sinto é que é difícil achar todos nas farmácias de manipulação (onde são geralmente vendidos)!
Pra quem gosta e tiver interesse, os cheirinhos são:
- Alecrim
- Arruda
- Buriti
- Cravo e Canela
- Lavanda
- Orquídea c/ Jasmim
- Pitanga
- Rosa c/ Laranja
- Suave
- 7 Ervas
Cada um desses tem nos volumes de 60, 120 ou 500 mL





E ainda tem uma edição especil muito fofa que vem com uma flor dentro! Olha ai na foto que linda!!!



Bom... fica a dica pra quem gosta de perfumar a casa ou os itens de cama e banho!

bj

Denise

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Indústria não é chacrinha!

Aaaah! Me irritei!
Depois de um comentário ridículo que eu recebi ontem, além de alguns outros comentários que eu leio pela internet,  resolvi fazer esse post!
Acho que as pessoas pensam que indústria de cosmético é chacrinha e a ANVISA a padaria da esquina! Tão pensando o quê? Que na indústria se passa o dia inteiro acessando facebook e twitter, enquanto meia dúzia de máquinas fazem os cosméticos? Tá achando que depois de pronto é só ligar pra ANVISA (como se fosse a padaria do seu João) e dizer: “Registra ai pra mim: dois xampus, um condicionador, dois antirrugas e um creme pra celulite!... Ok?... Obrigada, vou levar agora pra vender!”

A COISA NÃO É ASSIM, MEU BEM!

Por conta disso o post hoje é BEM técnico! Resolvi colocar aqui um assunto que pra alguns é chato, mas tá mais do que na hora de falar: REGISTRO DE PRODUTOS! GARANTIA DE QUALIDADE!

Pra quem não sabe, a rotina de uma indústria é enlouquecedora! Posso dizer isso porque vivi de perto durante o meu estágio curricular! É constante a preocupação com a criação de novos produtos (porque a novidade é a alma do negócio), com a produção de cada lote, com a embalagem de cada produto, armazenamento, venda, controle de qualidade, garantia da qualidade... Não tem como parar nunca! Nunca MESMO! Inclusive muitas indústrias tem turnos durante a madrugada e nos finais de semana! Pois é...
Bom, por que eu to falando tudo isso? Muita gente acha que as escovas progressivas de hoje em dia ainda tem formol “com certeza”! Essas pessoas “com certeza” não sabem como é o processo de registro de um produto, muito menos o porquê de uma empresa ter um setor chamado Garantia da Qualidade!

Então vamos lá!
Para que uma empresa possa COMERCIALIZAR um produto primeiro ela tem que registrar ele na ANVISA! Do contrário ele é ilegal! Então saiba que eu estou falando de empresas LEGAIS, e produtos LEGALIZADOS!

Depois que um produto é planejado, elaborado, desenvolvido e finalizado, ele precisa ser registrado. Dessa forma, é necessário elaborar o Dossiê Técnico dele, o qual a ANVISA irá avaliar e daí decidir se dará o registro ou não. Ou seja, a ANVISA ainda pode negar o registro. Esse Dossiê Técnico não é uma folhinha com meia dúzia de informações, é um relatório com TUDO sobre esse produto! No manual de elaboração, disponibilizado no próprio site da ANVISA, os requisitos necessários são:

- Fórmula Quali-Quantitativa (todos os ingredientes e suas concentrações respectivas)
- Função dos Ingredientes na Fórmula
- Bibliografia e/ou Referência dos Ingredientes (para justificar o uso deles)
- Especificações Técnicas Organolépticas e Físico-Químicas de Matérias-Primas (as características de odor, cor, aspectos visuais, viscosidade, densidade pH, etc... de cada uma das matérias-primas)
- Especificações Microbiológicas De Matérias-Primas (tem que provar que não tem contaminação por bactérias e fungos em cada uma das matérias-primas usadas)
- Especificações Técnicas Organolépticas E Físico-Químicas Do Produto Acabado (as características de odor, cor, aspectos visuais, viscosidade, densidade pH, etc... do produto depois de pronto)
- Especificações Microbiológicas Do Produto Acabado (tem que provar que não tem contaminação por bactérias e fungos no produto depois de pronto)
Processo de Fabricação (detalhar como que é produzido o produto)
- Especificações Técnicas Do Material De Embalagem (detalhes da embalagem primária – frasco e secundária – caixinha)
- Dados De Estabilidade (tem que comprovar que todas aquelas Especificações Técnicas Organolépticas e Físico-Químicas e as Especificações Microbiológicas se mantiveram iguais durante todo o tempo indicado como prazo de validade. Detalhe: essas análises são feitas mensalmente!)
- Sistema De Codificação De Lote (detalhar como é a lógica da codificação de lotes)
- Projeto De Arte De Etiqueta Ou Rotulagem (Mandar a arte final do rótulo do produto e da embalagem, sendo que existem itens que são obrigatórios)
- Dados Comprobatórios Dos Benefícios Atribuídos Ao Produto (Comprovação de eficácia atestada por laboratórios Reblados, ou seja, credenciados e reconhecidos pela ANVISA)
- Dados De Segurança De Uso (Comprovação da segurança por laboratórios Reblados, ou seja, credenciados e reconhecidos pela ANVISA)
- Finalidade Do Produto (para que ele será indicado)
- Certificado De Venda Livre Consularizado (Somente quando for Cosmético Grau 1)
- Registro/Autorização De Empresa/Certificado De Inscrição Do Estabelecimento (É o registro que permite o funcionamento da empresa)

Achou fácil? Pois é, mas não acaba por ai! Porque a ANVISA ainda pode achar que faltaram dados de estabilidade, ou mais informações de segurança, ou então que os ensaios de eficácia apresentados não são suficientes para comprovar o uso que a empresa está indicando... Daí ela pode solicitar mais "exigências" nesse processo ou negar o registro, e tem que se iniciar toooodo o processo denovo!
Nesse momento você deve estar pensando: “Mas é só mentir tudo isso!” Ééééééé... vai lá... mente! Só não esquece que a cada ano a ANVISA pode fazer uma “visitinha” surpresa! Sim! A ANVISA faz inspeções periódicas nas empresas para conferir os documentos, a produção, os produtos. Empresa que não está em conformidade com o que foi apresentado no Dossiê PERDE o registro do produto e ainda corre o risco de fechar as portas!
É aqui que entra o setor da Garantia da Qualidade! Esse povo luta para que todos os processos dentro da empresa entejam em conformidade com as normas da ANVISA. Assim, esse setor garante a qualidade dos produtos que a empresa produz, garante que não aparecerão “não conformidades” nas visitas da ANVISA, garante que tudo estará dentro das normas de boas práticas de fabricação!

E agora eu pergunto: Lendo esse pouquinho que eu apresentei, você acha que uma empresa grande, com nome forte no mercado, vai se arriscar produzindo algo fora das normas? PENSA!
Claro que sempre se pode dar um jeitinho de burlar as leis e os órgãos regulamentadores, mas para que que grandes marcas como Tanagra, Rischon, De Sirius, Cadiveu e Truss, por exemplo, iriam manchar seus nomes e suas marcas produzindo escova progressivas “batizadas informalmente” com formol?! Fala sério!

bju
Denise


terça-feira, 9 de agosto de 2011

Vamos colorir!

Um assunto que me perguntam bastante ultimamente é a respeito de coloração. Confesso que não é era o meu forte, mas a gente sempre da um jeito!
A principal dúvida é sobre a coloração dos brancos e o tempo que dura a tinta, por isso vou falar rapidamente sobre os tipos de tintas para cabelos e focar mais naquela com maior duração e mais especifica para brancos: a coloração por oxidação!


As tintas para cabelos são classificadas pelo nível de penetração:


Temporárias (nível 1): são só uma “tinta” mesmo, aqueles sprays que a gente passa no cabelo, dá uma cor, mas com a próxima lavagem sai tudo.

Semi-permanente (nível 2): neste tipo a cor já está pronta na embalagem e é adicionada entre as cutículas do cabelo. Ali ela fica retida por um certo tempo, e tende a durar umas 8 lavagens. Essa coloração é aquela que não contem amônia nem peróxido de hidrogênio, ou seja, não existe oxidação.

Demi-permanente e permanente (nível 3)
Ok! Essas são as grandes vedetes de hoje em dia. Essas são as colorações que ocorrem por oxidação. A gente reconhece esse tipo facilmente porque vem numa apresentação de dois frascos que devem ser misturados na hora do uso! Reconheceu? Sim! É esse mesmo que você compra lá no supermercado!

Como funciona?
A amonia (sim, quase sempre tem) vai solubilizar os lipídeos do cabelo e permitir que o pré-prigmento entre no fio. Dentro do fio, esse pré-pigmento (geralmente sem cor), se oxida e se transforma em uma molécula com a cor desejada. Essa oxidação é feita com auxílio da amônia (que mantém o pH correto) e do peróxido de hidrogênio (vulgo água oxigenada, quem realmente faz a oxidação), o qual também serve para degradar a melanina (pigmento natural do nosso cabelo) para dar mais realce na nova cor.

Mas porque tem dois frascos? Para que a oxidação do pigmento só ocorra na hora do uso!
E qual a diferença entre demi-permanente e permanente? A quantidade de peróxido de hidrogênio e o fato da demi-permanente não ter amônia! Siiiiiiiiiim! É aquela que fala amônia free (eu acho até que é aquelas que chamam de xampu tonalizante)!!! O que isso influencia? Ela é beeeeem menos eficiente! Pois é... Lembra quando eu falei que milagres não existem? Tá valendo pra cá também!
A amônia auxilia no pH ideal para a ocorrência da oxidação da tinta e para a solubilização dos lipídios do fio de cabelo, permitindo que os pigmentos penetrem mais profundamente. Quanto mais profundamente eles forem, mais a coloração dura!

Mas o que tem a ver os brancos com a pigmentação por oxidação? O tingimento dos brancos tem a ver com a classificação do pigmento por oxidação!

As tintas que a gente compra pra colorir os cabelos na realidade são combinações de vários pigmentos, para que se possa atingir o tom desejado. Essa combinação (na coloração por oxidação)  é feita da seguinte forma:

Pigmentos bases ou primários: Esses pigmentos são os únicos capazes de tingir de forma efetiva os brancos. Eles são responsáveis pela coloração base do cabelo e pelos tons que vão dos mais claros até os mais escuros. Pra quem entende um pouco de química, são anéis aromáticos com substituição de duas aminas ou uma amina e um fenol nas posições para ou orto (imagem 1). Para quem não entende de química eu coloquei alguns nomes na tabelinha abaixo com a cor que SOZINHO esse pigmento daria para o cabelo, esses são pigmentos que teriam que estar entre os componentes da fórmula (atrás da caixinha).

Imagem 1. Posições orto, meta e para no anel aromático




Modificadores: São pigmentos que sozinhos formam cores muito fracas, contudo, quando misturados com os pigmentos bases auxiliam na modificação desses e na criação de novos tons. É dessas misturas que surgem outros tons, como alguns pretos azulados e castanhos avermelhados! Os modificadores também são moléculas aromáticas diaminas e aminofenois, porém a substituição deles é na posição meta. Na tabelinha abaixo eu coloquei algumas combinações de modificadores e primários e as cores resultantes!



O que fica de dica na hora de tingir o cabelo, então?
- Se quiser cobrir os brancos busque tintas que possuam pigmentos primários. Quase todas tem, mas algumas não! Acreditem! Eu já conferi em alguns rótulos! Principalmente os tons vermelhos intensos!
- Escolha bem o cabeleireiro! Quem não sabe aplicar direito pode não deixar a coloração uniforme em todo o cabelo. Além disso, o tempo de aplicação é super importante. Se deixar tempo demais estraga o tom, se deixar tempo de menos a tinta dura menos!
- Danos capilares prejudicam a fixação da tinta! Cabelo mal tratado a tinta dura menos!
- Para manter a coloração bonita procure usar um xampu próprio para cabelos tingidos. Muitos trazem antioxidantes ou filtros solares na fórmula, o que evita a degradação do pigmento e mantém a cor “viva” por mais tempo! Dai nem preciso dizer que sol destrói a coloração, né?!
- Progressiva com tioglicolato + coloração pode... desde que uma vez na vida e outra na morte! Se for retoques de ambas toda a hora, CUIDE! Trate o cabelo (hidratações periódicas) pra não ter excesso de danos!
- Progressiva de carbocisteína + coloração: CUIDADO REDOBRADO! O processo da progressiva com carbocisteína abre os tons, e quando o cabelo é pintado abre mais ainda! Se for de vermelho então... Cuide pra não ficar laranja! É melhor primeiro fazer a progressiva e depois pintar, SEMPRE!
- Tinta com amônia ou sem? Depende! Amônia danifica o cabelo, mas a tinta dura mais! Depende do que você espera! Quer gastar mais com o reparo do cabelo ou com o retoque da tinta?
- Cuidado! Tem tinta que fala que é sem amônia mas tem seus substitutos que estragam igual! São eles: monoethanolamine (MEA), amonium carbonate, etc...

Ficou alguma dúvida?

Bju
Denise


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Fisico-química na "fibra"!

Gente, hoje eu resolvi falar sobre um assunto um pouco mais aprofundado, mas que é bem interessante e, sinceramente, importante para o conhecimento de todos: a físico-química da fibra capilar! Eu sei que essa palavra assusta, mas eu vou tentar ser gentil e sutil no texto para que os leitores não se assustem! Vamos lá?

O nosso fio de cabelo é como uma corda elástica. Se vocês pegaram um fio com as duas mãos e derem leves puxadinhas, verão que ele tem uma certa elasticidade! Ou seja, quando o fio é submetido a uma TENSÃO ele é capaz de sofrer uma DEFORMAÇÃO sem que ocorra ruptura, até um determinado ponto. Isso permite que a gente escove os cabelos, amarre com presilhas, sem que ele arrebente todo de uma vez.
Mas como eu já disse: tudo tem um limite!
Um cabelo natural e saudável, quando submetido a uma tensão crescente passa por 3 etapas: Hookeana, Reconstituição e Ruptura (olha a figura). Ou seja, até 2 % de deformação (chamada região de deformação Hookeana) o fio deforma, mas volta rapidamente a sua conformação original; de 2 a 30 % de deformação (chamado de região de Reconstituição) o fio deforma e só volta ao normal depois de 24 horas submerso em água ou sob uma temperatura constante de 54 °C; acima de 30 % de deformação as cadeias de queratina enrijecem e tem-se a ruptura do fio.
Então como pode-se ver o nosso cabelo tem uma capacidade de se deformar (aguentar uma tensão) e retomar a sua conformação original, mas dependendo da tensão (força) aplicada essa deformação pode ser irreversível e resultar em uma ruptura do fio.


 
Por que isso é importante?
Bom, alterações (externas) nas fibras capilares podem ainda alterar essa capacidade dos cabelos de se deformarem, fazendo eles romperem antes (ou de forma diferente) do que a gente esperava! Como? Vamos aos vilões!

Umidade relativa:
Sim, ela que sempre foi a maior inimiga das chapinhas pode ser muito mais malévola do que se imagina! Um aumento na umidade relativa do ar pode levar a um aumento na carga de água dos cabelos, o que desestabiliza as moléculas de queratina. Pois é, quem mora em região úmida tende a sofrer mais do que quem mora em regiões secas! O excesso de água faz com que tensões menores, ou seja, forças menores sejam suficientes para deformar a fibra capilar e rompê-la. Sim, a fibra fica mais frágil.
Daí você se pergunta, mas qualquer cabelo em região úmida está comprometido?  Não, cabelos mais sensíveis tendem a sofrer mais que os mais saudáveis. Químicas capilares como progressiva, tinturas e luzes, por exemplo, removem a camada lipídica o que compromete o controle da entrada e saída de água dos cabelos, fazendo, por exemplo, com que essas pessoas sejam mais suscetíveis ainda aos fenômenos climáticos (acredite!).

Temperatura:
Como diz minha amiga Cristina: “Oh, meu pai!” Esse é um ponto preocupante! Com a história das progressivas e suas chapinhas super quentes, as pessoas buscam desesperadamente por aparelhos com aquecimentos absurdos. Cuidado gente!!!! O calor excessivo deforma a fibra capilar, necessitando de tensões menores que aquelas necessárias quando não se tem calor! Ou seja, com o calor é preciso “menos força” pra destruir e quebrar os fios! Um estudo demonstrou que a 100 °C a força necessária para estragar a fibra é 25 % menor que quando não se usa calor! Além disso, esse mesmo estudo demonstrou que as fibras de lã (que são muuuuuuito similares ao cabelo) sofrem deformações IRREVERSÍVEIS a temperaturas de 220 °C (temperatura de muitas chapinhas por ai)! Tudo bem que existem diferenças entre o cabelo humano e a fibra de lã, mas elas são pequenas! Cuidem, as chapinhas trabalham no limite da temperatura, eu inclusive já falei disso aqui!

Descoloração:
Bom... quem tem luzes, mechas, cabelos descoloridos já sabe né?! O uso de descolorante ocasiona aumento na tendência à deformação e diminuição na tensão (força) necessária para quebra dos fios. Isso principalmente porque o processo de descoloração (como eu falei acima) compromete a proteção lipídica da superfície capilar, desregulando a entrada e saída de água. Como consequência se tem um aumento do conteúdo (intumescimento) de água dentro da fibra, o rompimento fica super facilitado!

Radiação UV (Sol):
A exposição excessiva demonstrou que a fibra de queratina perde a sua resistência quando exposta excessivamente a radiação UV, ou seja, é preciso menos força para rompê-la após essa exposição.
A melanina parece ter aqui um papel crucial na proteção do fio, pois cabelos naturais escuros tem uma resistência maior do que cabelos claros! (interessante, não?!)
Consequentemente os descoloridos são prejudicados nesse ponto também!

Ok! Eu sei que falando assim não da nem vontade de sair de casa, mas eu só falei disso tudo pra frisar que é preciso cuidar com carinho dos cabelos!
Quer fazer progressiva: FAZ!
Quer fazer luzes: FAZ!
Quer pintar porque está tudo branco: PINTA!

Mas cuida dele depois! Hidrata, corta as pontinhas de tempos em tempos, compra um bom xampu, uma mascara reparadora, evita o secador todo santo dia! Afinal de contas os cabelos são nosso “cartão de visitas”! Eu acho pelo menos! ;)

Bju
Denise


segunda-feira, 25 de julho de 2011

A espera de um milagre!

Uma verdade é universal: Tudo na vida tem seu preço!
Optar por modificar o visual, deixar o cabelo liso, loiro, com mexas, com aplique, colorido, pode ser lindo, mas a gente paga o preço! E eu não estou falando do financeiro!
Não existe química que não agrida! Até mesmo o simples ato de lavar os cabelos com xampu, secar com o secador e escovar (mesmo com o pente de dentes largos feito de madeira), vai deixar alguma pequena sequela!

Na mídia tem milhões de escovas progressivas (ou qualquer outro nome do tipo), que prometem alisar sem estragar... Mentira!
“Lançamos a escova fulana de tal, que não contem formol” – Meu deus! Qualquer escova hoje em dia não tem formol! É muito difícil passar um registro na ANVISA de um produto que contenha formol em quantidades acima do permitido! No máximo o que pode acontecer é a cabeleireira adicionar por conta o formol... daí a empresa produtora nada tem a ver!
Daí surgem outros produtos: “Escova de queratina”, “escova da proteína da aveia”, “Escova a base de argila” – FALA SÉRIO! Desde quando esse tipo de ativo alisa cabelo??? Pra alisar TEM QUE agir nas ligações de enxofre, através de um processo chamado OXIDAÇÃO (eu já falei disso aqui). Se não for assim NÃO DÁ!
“Ah, mas funciona!”
Então da uma lida na composição e vê se por acaso não tem uma tal de cisteína, ou carbocisteína, ácido glioxílico, tioglicolato, ácido tioglicólico e etc... Não existe milagre!

Outra situação é quando o cabelo não agüenta mais de tanta química, já está completamente sem brilho e ressecado. Dai é um corre corre atrás de um milagre que salve o malfeito. Milhões de produtos surgem com a promessa de corrigir os defeitos causados pelas milhões de mudanças impostas aos cabelos, mas acreditem: eles não serão suficientes! Na realidade até seriam, se as pessoas cuidassem PERIODICAMENTE dos seus cabelos, e não apenas quando eles já estão em um estado crítico.
Eu acho engraçado quando as pessoas me falam: “Nossa, como teu cabelo é lindo, o que tu faz pra ele ser assim?” Daí eu dou toooooda a minha receita e ouço a seguinte resposta: “Ah! Ta louca, eu jamais vou ficar gastando tempo e dinheiro assim com o meu cabelo!”
Bom... eu só tenho uma resposta: MILAGRES NÃO EXISTEM!

Minhas “dicas”:
- Escova progressiva detona o cabelo – umas mais, outras menos, mas não existe alisamento sem química, a queratina sozinha, por exemplo, não alisa NADA.
- Luzes estragam muito o cabelo e tendem a tirar o brilho dele, é preciso estar sempre hidratando para ter uma aparência com brilho.
- Cabelo com aparência de saudável é cabelo tratado, hidratado, cuidado PERIODICAMENTE (se quiser tem dicas aqui), e não uma vez na vida e outra na morte! Não adianta achar que só porque a cabeleireira cobra caro que a hidratação dela vai resolver todos os problemas de uma só vez!

De duas uma, ou você se conscientiza disso tudo ou segue A ESPERA DE UM MILAGRE!


sexta-feira, 22 de julho de 2011

Ih! Desbotou!

Do post da Carbocisteina ainda ficou pendurada uma dúvida do pessoal:

"A carbocisteína ao entrar em contato com o cabelo, provoca uma mudança de cor naqueles coloridos artificialmente! Nos cabelos naturais não ocorre essa mudança. Por que isso acontece?"

Bom, para responder essa pergunta duas informações a respeito da escova de carbocisteína são cruciais:
1 - A carbocisteína está presente em formulações com pH entre 1,5 e 2 (muito ácida, pois o pH do cabelo é 4,5 - 5!).
2 - Para que ocorra o "alisamento" é necessária a aplicação de calor intenso, na faixa de 200-230 °C.

Como resultado a combinação de pH baixo e altas temperaturas favorecem a degradação de pigmentos orgânicos, principalmente por processos de oxidação dessas moléculas. Por isso é muito comum perceber a abertura do tom de colorações artificiais dos cabelos, após esse tipo de progressiva.

Mas e a cor natural, não degrada?
Degrada também, contudo nossos pigmentos naturais (melanina) estão em maior quantidade e mais "protegidos" na trama das fibras de queratina dos cabelos, sendo mais reduzida a degradação deles. Dessa forma, a mudança dos tons naturais dificilmente é percebida.

Mais dúvidas? ;D

bjus
Denise

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Curiosidade: xampu roxo!?!

É engraçado né! Todo mundo olha aquele xampu extremamente azulão meio roxo e se pergunta: Nossa.... será que isso funciona? Porque essa cor bizarra? Certo que é só pra marketing!
A resposta é SIM, funciona, e NÃO, não é só marketing! Isso é química pura!
Pra quem não sabe, as cores básicas tem as suas cores ditas complementares ou opostas. Na ciência das cores, duas cores são chamadas complementares se, quando misturadas, produzem o preto, o branco ou alguma graduação de cinza. Nos sistemas de cores mais perceptíveis, o branco está no centro do espectro e as cores complementares se situam uma ao lado oposto da outra. Um exemplo clássico de complementares/ opostas seria o preto e branco.

Agora você sabe qual a cor complementar do amarelo? Não? Nem desconfia? Azul! Sim!
Pois é, para neutralizar um amarelo muito forte é necessário utilizar um azul turqueza, assim como para neutralizar um vermelho muito forte a gente precisa usar um verde! Bizarro mas real!

Na internet tem umas receitas malucas que indicam usar violeta genciana para neutralizar o amarelado do cabelo. Se você usar demais esse composto (que por sinal é super tóxico) sabe o que acontece com o seu cabelo? Voce neutraliza totalmente o amarelo (loiro) e tem como resultado uma coloração cinza (platinado)!

Os xampus que são vendidos tem uma concentração de corante exata para que o amarelo seja reduzido, mas não a ponto de ser totalmente neutralizado (evita o platinado)!

Legal, né!
Espero que tenham gostado!

bju
Denise

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Carbocisteína e ácido glioxílico!

Um dos assuntos que mais me pedem pra colocar no blog é sobre a escova progressiva de carbocisteína, a qual eu mesma já testei (confira aqui).
A carbocisteína hoje está presente em muito mais produtos do que as pessoas imaginam. Muitas vezes a cliente pensa que está fazendo uma reconstrução capilar com um super hidratante, mas na verdade o que está sendo usado é a carbocisteína. Sabe por quê? Já explico!
Por causa de impasses quanto ao tipo de registro de produtos contendo esse ativo, hoje a carbocisteína não é considerado alisante pela ANVISA. Logo, se vocês prestarem atenção, todos os produtos que contém carbocisteína NÃO tem no rótulo os dizeres “alisante”, “produto de alisamento”, ou qualquer coisa do tipo. Muitos trazem dizeres do tipo: “plástica capilar”, “plástica dos fios”, “hidratante capilar” (veja bem, não é condicionador!), “redutor de volume”. É o jeito para por o produto no mercado!
Bom, a cisteína é um aminoácido comum ao nosso cabelo. Ela faz parte das ligações de cistina que dão o formato final: crespo, liso, ondulado. Segundo o livro The Science of Hair Care, escrito por profissionais da L’Oreal, a cisteína tem uma ação similar a do tioglicolato para o alisamento capilar, contudo, ela é uma molécula instável, que pode precipitar (separar fase na formulação) durante o processo químico, deixando o alisamento incompleto.

De tudo que eu li, de todas as informações que eu juntei, O MEU PONTO DE VISTA É:

A carbocisteina (na foto inicial) é uma molécula que deve ser mais estável em cosméticos que a cisteína, por isso ela é usada nesses alisamentos. Contudo, pra que ela tenha ação, é necessário um processo de oxidação das ligações de cistina. Pra isso é necessário um oxidante para auxiliar no processo, e é ai que entra o ÁCIDO GLIOXÍLICO. Ele é um oxidante que auxiliaria a carbocisteína no processo de alisamento. Fora isso, o calor que é aplicado sobre o produto também favorece esses processos de oxidação, por isso a importância da chapinha beeeem quente sore o produto no cabelo (e por isso que nem todos os produtos precisam ter o ácido glioxílico).
Mesmo assim, esses ativos não tem a mesma potência que o tioglicolato. Além do que, os processos de oxidação são favorecidos no pH alcalino e a carbocisteína para agir tem que estar em pH ácido. Logo a ação dela é muito mais BRANDA e SUPERFICIAL. Eu digo superficial porque as cadeias de queratina são completamente enoveladas, é necessário “força” (pH mais alcalino) do produto para “ir a fundo” (mais dentro desses “novelos”), entende? Com isso, o resultado que se tem é apenas uma redução de volume, redução de ondulação, mas não alisamento total. E é por isso que muitos cabeleireiros usam esses produtos para processos como: “selagem térmica”, “hidratação profunda”, “blindagem”, “plástica capilar”. O uso de produtos com carbocisteína ajeita os cabelos, reduz o volume, “doma a juba”, e como são menos agressivos não danificam tanto (não ressecam tanto). Como resultado parece que o cabelo está mais hidratado e tratado!
Mas não se iluda, assim como todos os processos químicos (luzes, coloração, alisamentos) ele também danifica um pouco o cabelo! Menos que muitos outros, mas também tem a sua parcela de dano!

E ai, ficou alguma dúvida?

Bju
Denise


segunda-feira, 11 de julho de 2011

Mas para que serve isso?

Você sabe o que são todas aquelas matérias-primas que compõem o seu cosmético?
Logicamente que o ativo principal a gente sempre sabe para o que é: hidrata, diminui as rugas, protege do sol, alisa o cabelo, tem ação antioxidante... mas e o resto?
Essa era a minha dúvida quando eu entrei na faculdade de farmácia... pra que TANTA COISA?
Bom, pro post de hoje eu resolvi apresentar pra vocês o que nós (farmacêuticos e formuladores) chamamos de EXCIPIENTES de uma formulação. Esses componentes (matérias-primas) são essenciais (acreditem!) para auxiliar na veiculação, otimização do efeito e manutenção das características do ativo ao longo de toda a vida útil do produto. Além disso, eles tem 1000 outras funções. Vou explicando aos pouco que talvez vá ficando mais claro! Junto vou colocar exemplos e dentro dos parênteses vou colocar os INCI das matérias-primas.
Para quem não sabe INCI = International Nomenclature of Cosmetic Ingredient. É um sistema internacional de codificação da nomenclatura de ingredientes cosméticos, reconhecido e adotado mundialmente, criado com a finalidade de padronizar os ingredientes na rotulagem dos produtos cosméticos.

Vamos lá:

Veículo: é o principal componente, todas as outras matérias-primas são colocadas nele para serem “veiculadas” até o seu local de ação. Em cosméticos o veículo é quase que em 100 % dos casos a Água! Ela pode chegar a representar quase que 95 % de uma formulação (?é o caso dos géis de cabelo)! O INCI da água é aqua!

Tensoativo: também chamado de surfactante, ou até mesmo sabão, é o componente responsável por fazer com que substâncias que não são solúveis no veículo, fiquem solúveis. Ou seja, ele é capaz de fazer com que seja possível misturar óleo e água. A maioria dos cremes e cosmético no geral são assim: uma fração lipídica (gordurosa), composta por óleos, manteigas, ceras; e uma fração aquosa, composta por água e componentes solúveis em água como a glicerina e o pantenol, por exemplo.
Isso é possível porque as moléculas de tensoativo possuem uma extremidade com afinidade por materiais polares (como a água) e outra por materiais apolares (como os lipídeos). Essa é a mesma explicação do porque que são essas as moléculas que são usadas como ativos dos xampus. O lado apolar se liga nas impurezas e sujeiras dos cabelos, já o lado polar se liga na água corrente do chuveiro que arrasta essas impurezas para fora do nosso cabelo. O problema é que essas moléculas não são seletivas e muitas vezes elas levam junto lipídios naturais dos nossos cabelos. Por isso que o xampu deixa o cabelo “ressecadinho”.
Exemplos: Lauril éter sulfato de sódio (Sodium Laureth-2 Sulfate), Dietanolamida de ácido graxo de coco (Cocamide DEA), Lanette (Cetearyl Alcohol and Sodium Cetearyl Sulfate), Olivem 1000 (Cetearyl olivate and Sorbitan olivate).

Agente condicionante,  hidratante ou emoliente: são moléculas de cera, manteiga, óleo ou silicone que auxiliam na reposição dos lipídios da pele ou dos cabelos. Essas moléculas ajudam no controle da entrada e saída de água das células (tanto de cabelos como da pele). Atuam como uma barreira física, como guardiões de uma muralha! (que romântico) =P
O termo mais correto usado para sua ação na pele é “evitam a perda de água transepidérmica”!
Exemplos: Derivados do óleo de oliva (Olive Oil Peg-7 Esters), Condicionador quaternário (Poliquartenium 7; Cetrimonium Chloride), silicones (Dimethicone; Amodimethicone; Cyclopentasiloxane), Manteiga de Karite (Shea Butter).

Umectantes:  são moléculas capazes de reter água. Ao contrário dos hidratantes, os umectantes atraem a água para retê-la na pele, mas não tem a função de formar uma barreira, são moléculas ditas higroscópicas.
Exemplos: Uréia (Urea), Glicerina (Glycerin).

Espessante: são compostos usados apenas para dar a consistência adequada para o produto, afinal de contas, ninguém vai querer um hidratante labial completamente líquido (por exemplo).
Exemplos: Goma Xantana (Xanthan Gum), Carbopol (Carbomer), Rapithix (Sodium Polyacrylate), Cera de carnaúba (Carnaúba ( Copernícia Cerífera) wax).

Adstringentes: compostos muito usados em xampus ou tônicos faciais para quem tem problemas com oleosidade excessiva. O adstringente diminui a secreção das moléculas de gordura/oleosidade, e pode auxiliar na sua remoção.
Exemplos: Extrato de jaborandi (Jaborandi (Pilocarpus Jaborandi) Extract), Extrato de Hamamelis (Witch Hazel (Hamamelis Virginiana) Extract), Mentol (Menthol).

Conservante: são compostos para evitar a proliferação microbiana. É o que garante que o seu cosmético vai ter pelo menos uns 6 meses de validade antes de aparecer aquele cheiro desagradável ou aqueles pontinhos pretos e verdes nas paredes do potinho (eca!)!
Exemplos: Ácido Benzoico (Benzoic acid), Parabenos (Methylparaben, Propylparaben), Hidantoina (DMDM hidantoina), Iodopropinil butilcarbamato (Iodopropynyl Butylcarbamate).

Agentes quelantes: compostos utilizados para remover íons metálicos residuais de uma formulação. Esses íons metálicos podem vir de contaminação no uso diário do cosmético, do processo de degradação ou de alguma matéria prima. O não uso do agente quelante pode favorecer a instabilidade da formulação.
Exemplos: EDTA (Dissodium EDTA)

Corretor de pH: Corrige o pH da formulação para aquele mais adequado para a área em que o cosmético será utilizado ou de acordo com a estabilidade das matérias-primas utilizadas.
Exemplos: Ácido cítrico (Citric acid), Trietanolamina (Triethanolamine).

Corretores de sensorial: são compostos que auxiliam a melhorar o sensorial, o toque, de uma formulação, ou seja, ajudam uma formulação que era meio pegajosa a ficar com um toque mais sequinho (por exemplo).
Exemplos: pó de Tapioca (Tapioca Starch), Oliwax ( Hydrogenated olive oil, Olieve oil and Olive oil unsaponifiable).

Espero que tenham gostado, e que tenha esclarecido um pouco pra alguém!
Para quem quiser mais informações tem um blog que eu sigo, bem legal, que chama Decifrando Rótulos! Ajuda! ;)

Bju
Denise


A Estrutura da Pele

A pele é o maior órgão do corpo humano, composta por três camadas: a epiderme, a derme e a hipoderme (camada mais interna de tecido adiposo). Ela atua como uma barreira protetora, prevenindo a perda de água e bloqueando a entrada de agentes exógenos.
Epiderme: é constituída de várias camadas de queratinócitos (células responsáveis pela produção de queratina) em diferentes estágios de maturação. Essa é a camada responsável pela prevenção da desidratação das demais camadas. Na epiderme está o extrato córneo, que é a parte mais externa da epiderme. O extrato córneo é a barreira protetora contra a penetração de substâncias estranhas ao corpo.
Derme: é um tecido elástico e resistente que proporciona resistência física ao corpo inteiro. Essa camada fornece os nutrientes para a derme e é formada por células como fibroblastos, granulócitos, colágeno, elastina, glicosaminoglicanos e glicoproteínas.


A Estrutura do Cabelo

O fio de cabelo é formado pelos seguintes componentes: a cutícula, o córtex e a medula.
Cutícula: é constituída por proteínas, é parte mais externa do fio, sendo responsável pela proteção das células do córtex. É a camada cujas propriedades estruturais servem de proteção contra influências externas, ela é responsável pelo ingresso e egresso de água, o que permite manter as propriedades físicas da fibra. É formada por células escamosas de queratina que se sobrepõem umas as outras, lembrando escamas de peixe, formando uma cobertura.
Cortex: ocupa a maior área seccionada do fio (75 %) e é constituído por células ricas em ligações cruzadas de cistina (enxofre) e células rígidas separadas uma a uma por uma membrana celular. O córtex é formado por macrofibrilas de queratina alinhadas na direção do fio. Distribuídos aleatoriamente no córtex estão os grânulos de melanina cujo tipo, tamanho e quantidade determinam a cor do cabelo.
Medula: No interior do córtex está localizada a medula, porém esse componente pode estar presente ou ausente ao longo do comprimento do fio.